Green Key

 


 Pelo 17º ano consecutivo 

Quinta do Martelo conquista galardão “Green Key”  

A Quinta do Martelo – Centro Etnográfico e Gastronómico, em atividade na ilha Terceira, acaba de conquistar o galardão “Green Key”- Chave Verde, pelo 17º ano consecutivo, ou seja, na totalidade das edições realizadas em Portugal.  

A cerimónia da entrega do prémio decorreu esta terça-feira, no Centro de Congressos do Algarve em Vilamoura, com a presença do Presidente da Associação Bandeira Azul da Europa   

O empreendimento é o único, localizado nos Açores e em Portugal, totalista na conquista deste troféu. 

Trata-se de uma distinção internacional que visa destacar as boas práticas ambientais, nomeadamente as energéticas e as de educação ambiental, na área do turismo sustentável, bem como a autenticidade sociocultural dos territórios de acolhimento, conservando a sua identidade cultural. 

O fundador e proprietário da Quinta do Martelo, Gilberto Vieira, assume que esses valores já presidiam ao espírito da criação daquele espaço, há mais de três décadas, muito antes da perspetiva de qualquer prémio, e lamenta que cada vez seja mais difícil manter e apelar a esses conceitos, num mundo “egoísta” que só pensa “no imediato”, não olhando a meios para atingir lucros fáceis, independentemente dos danos que comprometem o futuro, “não só da atividade, mas da própria vida no planeta”.  

Em jeito de desabafo, acrescenta que “agora uma grande parte das pessoas apenas fala porque lhes dá jeito ou é tema atual ou porque é moda, nas não alteram nenhum dos seus comportamentos”, tentando “buscar mais-valias para continuarem a a sacar/utilizar, o que lhes permite ter uma vida folgada, à custa da desgraça alheia presente e futura, como se ela não lhes batesse à porta também”. 

Gilberto Vieira reconhece que “somos poucos a atuar, mas já fomos menos”, num mundo em que “se investe mais na destruição do que na preservação”, sempre com o dinheiro e o poder como objetivos máximos.  

“Não consideramos que a nossa parte esteja finalizada pois cada vez mais há para fazer, mas não é fácil puxar para o lado onde poucos ajudam a sério”, constata, exemplificando, a concluir: “se se tiver de matar monda na via pública com herbicidas ou transformar terrenos em coisas fúteis, não se olha para trás”. 

A Quinta do Martelo é pioneira, nos Açores, num percurso de defesa e valorização do turismo em espaço rural e de natureza, tendo, ao longo de mais de 34 anos, sido reconhecida, por várias instâncias nacionais e internacionais, como um caso de êxito na articulação entre a exploração comercial turística e a preservação rigorosa da tradição, do ambiente e da verdade cultural e etnográfica do meio em que nasceu e desenvolve a sua atividade. 

O espaço tem apostado também na produção de bens alimentares próprios, por meios de cultura biológica, utilizados na confeção dos pratos que são servidos no restaurante da quinta, naquilo que hoje se denomina no conceito internacional como “farm-to-table”. Isso inclui culturas desde pomares, leguminosas, tubérculos, plantas aromáticas e medicinais e variadas espécies de hortícolas. Foi esse trabalho, meticuloso e sem cedências, que valeu também à Quinta do Martelo a conquista do primeiro prémio nacional “Horta do Chef”, na única edição do troféu realizada em Portugal.

 

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